A Gangorra

Sem a mente sã, seu corpo enfraquece. E o corpo fraco não deixa você trabalhar bem.

Depois de quase dois anos, volto a escrever aqui. É estranho perceber que tive de largar uma das coisas que mais amava de fazer, simplesmente porque não dava audiência. 

Reiterados pedidos dos meus companheiros — Dantas e John — de banda, ao ver que poucos se interessavam pelos conteúdos, alertaram-me que eu deveria traduzir em vídeo, aquilo que era escrito aqui.
Eles tinham razão.

De lá pra cá, muita coisa aconteceu. Veja só! Tornei-me “influencer”! Coééé, né?
Minha vida pessoal virou uma montanha-russa, em um sobe e desce a quilômetros por hora, que me trouxeram momentos de felicidade e penitências, enquanto alguma trilha de Heavy Metal fazia parte de tudo isso.

Mudei muitos hábitos nesses dois anos. Inclusive o conteúdo de minhas leituras. O Terry que antes era ácido, se tornou mais ácido, menos humano, mais razão, olhando para a emoção como algo sem sentido.
Tudo tem um preço.

Em um determinado tempo, não conseguia mais compor. Era como se eu dormisse e acordasse pensando em números, tabelas, cruzamento de dados, entregues por plataformas em que precisavam ser interpretados para aquilo que eu exercia.

Mas novamente o maldito Heavy Metal estalou algo.
Consegui escrever dois livros, embora longe do meu objetivo real como futuro escritor, ainda assim, dois livros que podem ajudar aqueles que estão neste mesmo barco. Um barco sem motor no meio de um oceano turbulento, onde boias são jogadas de transatlânticos apenas aos que são escolhidos.
Já vi muitos companheiros de mar ficarem para trás. 
Esse maldito Heavy Metal soprou no meu ouvido: “Foi você que escolheu essa merda! Ninguém te obrigou a estar aqui!”
Tem razão!

Conheci muita gente legal e poucos filhos da puta durante este período. Até que o balanço não é ruim.
O Facing Fear está mais calejado, sabe? Como um lutador que já mantém a postura no ringue e não mais como um garoto que sai em disparada, esquecendo das bases. O Facing Fear sabe que vai tomar as porradas e terá de sustentar. Golpear quando preciso e levar para os pontos. O adversário não é moleza. Nunca é!

Voltei aqui pra tentar entender algumas coisas e, quando reli muitos dos textos, percebi algo estranho. Esse último livro, Você É O Alvo, é exatamente aquilo que eu procurava anos atrás.
Garrafas e latas de cerveja, cigarros e noites, palm mutes e miados de gato infinitos depois me trouxeram aquilo que eu procurava.

Obrigado a todos que me ajudaram! 
E obrigado também a todos os filhos das putas que tentaram me tirar dos trilhos! 
Lamento! Vocês não podem parar o Painkiller!

Comentários

  1. ''menos humano''. quisera dizer algo não expresso: estilo? audiência limitada? te pergunto: é menos humano resguardar sua humanidade depredada a cada contato ''humano''? - 'humano'

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